
Fases do Desenvolvimento Humano - Um Olhar da Antroposofia
A análise sistematizada de nossa biografia pessoal e profissional é certamente um dos instrumentos mais poderosos que dispomos para tomarmos o nosso destino em nossas próprias mãos.
Vida pessoal e trabalho são dois aspectos fundamentais da nossa existência e uma não pode ser elaborada separadamente da outra. A qualidade das nossas vidas e do nosso trabalho depende em grande parte de como aproveitamos as oportunidades para aprender , do grau de realização profissional e da satisfação pessoal que o trabalho nos oferece. Por outro lado, a nossa harmonia interior depende da intensidade e grau de integração que conseguimos na convivência com nossas familias, amigos e pessoas amadas.
Existem certas leis de desenvolvimento que são comum a todas as pessoas. O conhecimento delas nos possibilita estabelecer pontos de referência para o nosso próprio desenvolvimento. Por outro lado, cada biografia é única. Não existem duas histórias de vidas iguais, como não existem dois individuos iguais. Achar dentro de toda esta variedade de vivências e experiências aquilo que é comum a todos pode ser uma chave para muitas questões com as quais nos defrontamos ao longo da vida.
(Fonte: Programa Germinar - Ecosocial)
A curva biográfica e o processo de coaching
Como já mencionei na parte de coaching individual, o processo de coaching não tem uma metodologia fixa, ele é fluido e orgânico. E assim acontece de forma única para cada cliente, isso porque, cada um traz questões, objetivos e inquietações diferentes. Assim, é imprescindível a presença do coach para enxergar dentre as ferramentas e muitas formas de trabalhar com o cliente, qual a mais apropriada e eficaz no momento.
Dessa forma, atualmente realizo o atendimento de processos de coaching de individuos que se encontram em qualquer um dos setênios (ciclos de 7 anos) mencionados na imagem acima.
Contudo, como só podemos dar aquilo que temos ou vivemos, me aprofundei nos questionamentos do quarto (21 aos 28 anos) e quinto setênios (28 aos 35 anos). No quarto setênio passei por questionamentos profundos em relação a como colocar meus talentos no mundo, vivi a chamada "crise dos talentos". E no quinto setênio, com a maternidade e a chegada de uma filha, passei pelo questionamento da "ordem do mundo" e explorei (e continuo explorando) a questão do "ter ou ser?". Essas vivências fez com que eu me aprofundasse em ferramentas, leituras, cursos e livros sobre essas temáticas. E assim, trouxe muito desse material para o processo de coaching.

Coaching para Jovens
A Crise de Identidade e dos Talentos
O período do quarto setênio (21 aos 28 anos) é cercado por duas grandes crises. A Crise de Identidade (21 anos) que nos leva a pergunta "Quem sou eu?". E depois, a Crise dos Talentos (28 anos) que nos leva a perguntar: "o que faremos com os nossos talentos?"
Essas duas perguntas são indispensáveis para o processo de construção da nossa identidade de carreira, conforme modelo proposto por Herminia Ibarra (mestre e doutora da Universidade de Yale). O grande objetivo aqui é "nos tornar nós mesmos" e isso acontece quando obtemos congruência entre quem somos e o que fazemos. Ou seja, a crise que abre e fecha esse setênio.
Para construção dessa identidade de carreira é indispensável a experimentação. Nesse ciclo, o progresso só vem com a prática.
A falta de experiência associada muitas vezes à falta de estabilidade emocional gera insegurança interna. Existe uma necessidade muito grande de responder "quem sou eu", porém existe um desejo maior de ser aceito pela sociedade e isso leva as pessoas a assumir papéis que podem ser carregados pelo resto da vida.

Coaching para Mães / Pós-Maternidade
A Crise do Ter ou Ser
A maternidade é um evento transformador na vida da mulher. Esse evento marcante traz um novo papel para a mulher assumir: ser mãe.
Com o quinto setênio (28 a 35 anos) surge a sensação de "estou no meio da vida". Até este ponto a vida foi um grande inspirar, do mundo, das pessoas, das experiências, etc.. O mundo nos alimentou! A partir de agora deve começar o processo de expiração, é preciso devolver ao mundo de uma forma metamorfoseada aquilo que foi recebido e elaborado até então. É um momento crucial de uma biografia.
Surge a questão:
"Vou continuar inspirando e aproveitando o que o mundo tem a oferecer ou vou começar a expiração, devolvendo ao mundo gradativamente o que tenho recebido?
Essa questão tem a ver com o fenômeno de que entre 30 e 33 anos começa-se uma diferenciação entre a biografia interna (SER) e a biografia externa (TER). A biografia externa preocupa-se principalmente com questões quantitativas. Eu posso TER dinheiro, bens, créditos, diplomas, tributos, status, prestígio e fama. A biografia interna preocupa-se com as questões mais qualitativas e principalmente espirituais. O que cada situação pode ensinar-me? Qual a qualidade das minhas relações? Por que eu costumo reagir de uma determinada maneira? Qual o sentido mais profundo de uma experiência? Quais são meus valores?
E com a maternidade essas questões são intensificadas com o dilema:
"Ser mãe ou ter carreira?"
O processo de coaching certamente pode apoiar a mulher a sair dessa dicotomia para viver a totalidade e plenitude do ser mãe e ter carreira. O caminho de autodesenvolvimento consciente equilibra as qualidades da biografia interna e externa trazendo frutos que são valiosos para o mundo e para outras pessoas.