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Com quem devemos conversar sobre nossa carreira e decisões?


Quando estamos diante de decisões e mudanças é muito comum conversarmos com outras pessoas para pedirmos conselhos e opiniões. O ser humano não é uma ilha e precisa dos outros para apoio e trocas. Contudo, devemos estar atentos para quem deve orientar e “validar” nossas escolhas.

Existem pessoas que não tomam qualquer decisão sem ter opinião de outras e isso pode ser perigoso. Robert Steven Kaplan, no livro “Conduza a sua carreira” explora esse aspecto. O perigo é que somos suscetíveis a buscar caminhos que se baseiam na bússola de outra pessoa, em vez da nossa. Cada pessoa tem seus valores, sua história de vida, motivadores extrínsecos e intrínsecos, seus sonhos e metas. Ao perguntar para uma pessoa sobre um caminho que faz todo sentido para você, mas nenhum para ela, a única coisa que ela poderá fazer é contribuir para seu desânimo, insegurança e medo.

Kaplan comenta que devemos ter cuidado com o senso comum. O senso comum é o ponto de vista predominante dos outros. Embora essas convicções nos cerquem, muitas vezes estão erradas. Esse senso comum se manifesta por meio de frases da família, amigos, colegas de trabalho, programas de TV, mídia, etc... Infelizmente, você é o único que realmente arca com as consequências das escolhas que faz por conta desse senso comum. O senso comum não leva em conta quem você é. Acatar as opiniões dos outros é uma maneira de fugir do trabalho de descobrir seus próprios interesses.

O indivíduo deve ampliar a percepção de si mesmo para que ele próprio tome suas decisões de forma consciente. Assim, é tarefa individual, avaliarmos nossos pontos fortes e fracos, descobrirmos nossas paixões e ampliarmos a percepção de nós mesmos. Gerenciar sua vida e carreira é 100% responsabilidade sua. Você não é um espectador passivo da sua própria vida. Deve tomar para si responsabilidade de desenvolver suas habilidades, compreender a si mesmo e fazer escolhas conscientes. Agir com responsabilização significa assumir a responsabilidade de conhecer seus pontos fortes e fracos e paixões. Você não é vítima, mas condutor da sua própria vida.

Somos diretamente influenciados pelas opiniões, pontos de vistas e atitudes de nossos amigos. Obviamente, quanto mais próximos, maior a influência. Tem aquele clássico ditado: “Você é a média das cinco pessoas com quem passa mais tempo”. É aqui que podemos nos sabotar em processos de transição e construção de carreira. Hermínia Ibarra, em seu livro Identidade de Carreira, explica que quando queremos mudar de uma carreira para outra, devemos ampliar nosso círculo de amizades. Por exemplo, se você é advogado de um grande escritório e passa boa parte do seu tempo com as pessoas do escritório (happy hour, almoço, churrascos, etc..), esse será seu mundo. Se seu desejo mais profundo é ter uma loja de vinhos no seu bairro, eles poderão te ajudar muito pouco nesse processo. Você precisaria conversar mais com outros empreendedores, outras pessoas apaixonadas por vinho e que fizeram dessa paixão um negócio e por ai vai.

O ponto não é que devemos trocar de amigos, não escutar os outros e fazer networking. A questão é que devemos apenas “calibrar” a nossa bússola interna para que ela seja nosso maior orientador no processo de tomada de decisão e de escolhas pessoais e profissionais. Esse processo é mais difícil para pessoas que precisam de “aprovação” dos outros para suas escolhas. Por isso, que o profissional de coach não deve ser diretivo (e confundido com mentoring e consultoria), mas sim deve apoiar o coachee a ampliar a percepção de si mesmo e do mundo ao redor. Por fim, viver com a bússola dos outros certamente não nos levará para o destino que queremos chegar.

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